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Pesquisa da Mayo Clinic descobre que uma abordagem individualizada à nutrição é mais eficaz para gerenciar os níveis de açúcar no sangue

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Mayo Clinic

ROCHESTER, Minnesota. -- Pesquisadores da Mayo Clinic confirmaram que uma dieta individualizada com base na genética, microbioma e estilo de vida de uma pessoa é mais eficaz no controle dos níveis de glicose (açúcar) no sangue do que uma dieta que considera somente a composição nutricional do alimento. A pesquisa publicada na edição de 8 de fevereiro da JAMA Network Open comprovou que o corpo de cada pessoa responde de maneira diferente a alimentos semelhantes devido à composição única do microbioma intestinal de cada pessoa -- a complexa comunidade de trilhões de bactérias que vive no interior do trato digestivo.

O objetivo dessa pesquisa foi desenvolver um modelo para prever a resposta glicêmica aos alimentos -- como o nível de açúcar no sangue de uma pessoa aumenta ou permanece o mesmo após uma refeição. O estudo descobriu que uma abordagem individualizada, que leva em consideração o microbioma intestinal, a idade, a dieta, a atividade física e outros fatores de cada pessoa, é capaz de prever com maior precisão os níveis de glicemia do que as predições do índice glicêmico com base em carboidratos ou calorias.

"Nós demonstramos que nosso modelo, que leva em consideração o microbioma do indivíduo, entre outros fatores, prevê melhor a resposta da glicemia após as refeições. A abordagem padrão de contabilizar carboidratos e calorias não funciona tão bem porque considera apenas as características do alimento. Ela não leva em conta o microbioma e o estilo de vida únicos de cada pessoa", afirma a Drª. Helena Mendes Soares, autora principal no estudo.

A glicose, que vem dos alimentos consumidos, é a principal fonte de energia para o corpo. Controlar a glicemia, ou seja, a quantidade de açúcar no sangue, é importante para prevenir distúrbios importantes como o diabetes, doenças cardíacas, obesidade, perda de visão e doença renal. Esse estudo mostra como o nível de glicemia de cada pessoa responde de forma única aos alimentos. Ele ajuda a explicar o motivo pelo qual algumas pessoas podem comer alimentos como frutas e se sentirem energizadas, enquanto outras comem frutas e apresentam um aumento da glicemia que, por fim, causa cansaço.

"Esse estudo é a primeira etapa crítica na definição e comprovação da importância de uma dieta personalizada. Como médica, eu observei que meus pacientes não respondem da mesma maneira aos mesmos alimentos -- da mesma forma que nem todas as dietas para perder peso funcionam da mesma maneira para todas as pessoas," afirma a Drª. Heidi Nelson, uma das coautoras do estudo. "Para pessoas que querem gerenciar seus níveis de glicemia, nós temos um novo modelo que prevê as respostas únicas aos alimentos."

A pesquisa

A Mayo Clinic acompanhou 327 pessoas saudáveis, a maioria do meio-oeste americano, por seis dias. Cada pessoa foi submetida a um exame de fezes para sequenciamento genético da composição microbiana única do microbioma intestinal. Os participantes consumiram uma dieta padrão de bagels e cream cheese no café da manhã, e depois consumiam alimentos escolhidos por eles mesmos no resto do dia. Eles mantiveram um diário do consumo alimentar, exercícios e descanso e usaram um monitor de glicemia que verificava as respostas glicêmicas ao alimento.

Os pesquisadores descobriram que o modelo proposto, que levou em consideração a idade, o estilo de vida e as diferenças genéticas no microbioma de cada pessoa, foi exato na previsão da resposta glicêmica ao alimento em 62% das vezes. Isso foi bem maior do que a precisão de 40% de previsões com base somente nos carboidratos e 32% de previsões com base apenas nas calorias.

"Os atuais modelos de previsão dos níveis glicêmicos são bons, mas tendem a agrupar tudo, como gorduras e carboidratos, em apenas uma categoria. Com nosso modelo individualizado, as pessoas não precisam mais abrir mão de todos os alimentos de uma determinada categoria," afirma Purna Kashyap, M.B.B.S., codiretor do Programa de Microbioma do Centro de Medicina Individualizada da Mayo Clinic e um dos autores do estudo. "Ele permite que as pessoas escolham alimentos específicos dentro de determinadas categorias que se adaptam melhor ao seu microbioma."

Essa pesquisa, realizada em colaboração com a DayTwo Inc., confirmou as descobertas de um estudo similar realizado no Weizmann Institute of Science, em Israel.*

"A semelhança dos resultados entre Israel e os Estados Unidos sugere que o modelo individualizado funciona em várias populações, apesar dos traços e microbiomas individuais que tendem a variar devido às diferentes regiões geográficas, genética e comportamentos," afirma a Drª. Mendes Soares.

Embora essa seja a primeira etapa no desenvolvimento de estratégias nutricionais personalizadas para enfrentar as doenças metabólicas, estudos clínicos de acompanhamento serão necessários para avaliar os benefícios na saúde a longo prazo de uma abordagem individualizada para prever a resposta glicêmica e sua importância no diabetes e obesidade.

Drª. Nelson é professora da cátedra Fred C. Andersen na Mayo Clinic. Dr. Kashyap é o codiretor Bernard e Edith Waterman do Programa de Microbioma do Centro de Medicina Individualizada da Mayo Clinic.

*A Mayo Clinic tem um investimento na DayTwo Inc.

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