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CBD e óleo de cânhamo podem ser úteis, mas é necessário pesquisar mais a fundo, segundo avaliação da Mayo Clinic

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Mayo Clinic

ROCHESTER, Minnesota -- Os óleos de canabidiol (CBD) e produtos derivados estão ficando cada vez mais populares entre os consumidores como forma de encontrar alívio para dores, ansiedade, distúrbios do sono e outros problemas crônicos. Porém, esses produtos são seguros? São úteis?

Uma análise das pesquisas mais recentes, que será publicada em setembro, na Mayo Clinic Proceedings, descobriu que havia um crescente conjunto de evidências pré-clínicas e clínicas que sugerem que os óleos de CBD podem ser promissores para o tratamento de certas condições, como dor crônica e dependência de opioides. No entanto, poucos estudos clínicos sobre a segurança e eficácia do CBD foram apresentados. Além disso, de acordo com pesquisadores da Mayo Clinic, é necessário realizar mais pesquisas que envolvam seres humanos antes que os profissionais de saúde possam afirmar de forma definitiva que o CBD é útil e seguro.

"Há muitos achados intrigantes em estudos pré-clínicos que sugerem que o CBD e o óleo de cânhamo têm efeitos anti-inflamatórios e podem ser úteis para melhorar o sono e a ansiedade", disse Brent Bauer, M.D., internista e diretor de pesquisas do programa de Medicina Integrativa da Mayo Clinic. "Porém, os testes em seres humanos ainda são limitados; portanto, é cedo demais para emitir uma opinião definitiva quanto à eficácia e à segurança."

O Dr. Bauer diz que há motivos para receios devido ao crescente número de relatos de lesão hepática em pacientes que usaram produtos à base de CBD. Devido ao crescente interesse dos pacientes em produtos de CBD e óleo de cânhamo, é importante que as pesquisas clínicas avancem, a fim de entendermos melhor sua segurança e seu valor em potencial, ele explica.

"Uma seleção cuidadosa de um produto de saúde é crucial, e, embora esses produtos não tenham aprovação da Food and Drug Administration (FDA, Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA) para uso terapêutico, os pacientes continuam pedindo-os e usando-os. Os médicos precisam informar-se melhor sobre esses produtos, mas também é importante que os testes em humanos examinem questões de eficácia e segurança".

A legalização da maconha para fins medicinais estimulou um grande interesse dos consumidores em produtos de venda livre à base de CBD e óleo de cânhamo, principalmente para aliviar dores crônicas. A análise da Mayo Clinic Proceedings resume as pesquisas mais recentes, bem como o status legal atual do CBD e dos óleos de cânhamo, e conclui que esses produtos podem ser úteis para tratar dores crônicas e vícios. O principal autor do estudo é Harrison J. VanDolah, estudante do terceiro ano da Faculdade de Medicina da Universidade de Creighton.

Como o CBD tem uma tendência de consumo em alta, os médicos podem facilmente considerá-lo como não comprovado ou não testado. O Dr. Bauer incentiva os profissionais de saúde a aprenderem o máximo possível, adquirirem mais experiência sobre esses produtos e levarem a sério o interesse de seus pacientes.

"Incentivamos os médicos a não ignorarem o interesse de seus pacientes nesses produtos e a manterem uma curiosidade clínica e um ceticismo saudável quanto às alegações feitas", afirmou. "O tratamento de dores crônicas continua a desafiar médicos e pacientes, e essas terapias constituem uma área promissora que requer mais pesquisas. No caso de pacientes que sofrem de dores crônicas, se os médicos reservarem um tempo para escutá-los e responder às perguntas deles com compaixão e uma abordagem baseada em evidências, isso pode ajudá-los a tomarem decisões fundamentadas.

A variedade de produtos de CBD e óleo de cânhamo, além da regulamentação limitada desses produtos, são um receio dos profissionais de saúde, segundo o estudo. Não foram realizados estudos de segurança rigorosos para o CBD de "espectro completo", que contém uma variedade de compostos encontrados na planta de cânhamo, não apenas o CBD. A variabilidade das leis estaduais que tratam da produção e distribuição de produtos à base de cânhamo e CBD tornam mais complexa a tomada de decisões por parte dos consumidores e médicos.

Karen Mauck, M.D., coautora e especialista em medicina interna da Mayo Clinic, explica que existem importantes distinções entre maconha, cânhamo e os diferentes componentes do CBD e do óleo de cânhamo, sendo que alguns médicos podem não estar cientes delas.

"Com exceção do Epidiolex, uma forma purificada do CBD derivado de plantas que foi aprovada em 2018 para o tratamento de casos graves de epilepsia, nenhuma outra forma do CBD tem aprovação da Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA, mas elas são vendidas em diversas formulações, inclusive óleos orais ou tópicos, cremes, sprays e comprimidos", afirmou a Dr. Mauck. "Esses produtos contêm quantidades variáveis de CBD, podem incluir outros compostos ativos e podem apresentar imprecisões no rótulo. Antes de utilizar o CBD ou os óleos de cânhamo, é importante consultar um médico sobre os possíveis efeitos colaterais e interações com outros medicamentos".

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