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Estudo sobre jararacas atrela quantidade de indivíduos gigantes a predadores

Em São Paulo, Brasil, é a menor presença de predadores - e não a maior oferta de alimento - que explica porque uma área verde isolada concentra mais jararacas gigantes do que uma ampla reserva florestal

Peer-Reviewed Publication

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

Jararaca Pit Viper Replica

image: Clay-made jararaca replicas were less attacked in Parque do Estado (5 percent of the replicas) than in Parque da Cantareira (12 percent), whose area exceeds the former in 16 times. Pictures register biting marks from mammals (A), birds (C) and rodents (C) view more 

Credit: Otavio A. V. Marques

"Saber o número absoluto de predadores de jararaca existentes iria requerer uma câmera em cada uma das réplicas, o que não era viável. Mas conseguimos quantificar a frequência de ataque e dizer se o predador era ave ou mamífero", disse.

No Parque da Cantareira, aproximadamente 12% das massinhas foram atacadas, um valor alto se comparado com trabalhos relacionados a serpentes feitos anteriormente. No Parque do Estado, cerca de 5% dos modelos foram atacados. "Registramos mais do que o dobro de ataques na Cantareira", disse Siqueira.

Mas qual a relação entre ter menos predadores e o tamanho das cobras? Segundo Marques, as serpentes crescem a vida toda, apesar de a taxa de crescimento ser muito baixa nos indivíduos mais velhos.

"Para que possam crescer muito, precisam ter uma longevidade grande, viver muito tempo. Como há menos ataques de predadores no Parque do Estado do que no Cantareira, então temos uma explicação plausível para a existência mais frequente de serpentes gigantes por lá. A atenuação da predação permite que elas cresçam", disse Marques.

Segundo o pesquisador, o estudo é mais uma contribuição na busca pela preservação de fragmentos florestais como o do Parque do Estado. "Estudos como esse possibilitam entender melhor a dinâmica desses fragmentos florestais, o que pode auxiliar - por exemplo - em ações de manejo para sua conservação", afirma o orientador da pesquisa FAPESP.

Como consequência do mestrado, Siqueira agora está estudando no doutorado métodos e formas para estimar a idade de jararacas e cascavéis. O procedimento comum é fazer cortes nos ossos da cobra, onde existem marcas de crescimento, à semelhança do que ocorre com os anéis dos troncos das árvores.

"Temos uma população senil de jararacas e precisamos saber suas idades, conhecer melhor as taxas de crescimento", concluem os autores do estudo.

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Sobre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) é uma das principais agências públicas brasileiras de fomento à pesquisa. A FAPESP apoia a pesquisa científica e tecnológica por meio de Bolsas e Auxílios a Pesquisa que contemplam todas as áreas do conhecimento. Em 2016, a FAPESP desembolsou R$ 1,137 bilhão, custeando 24.685 projetos, dos quais 53% com vistas à aplicação de resultados, 39% para o avanço do conhecimento e 8% em apoio à infraestrutura de pesquisa. Saiba mais em: http://www.fapesp.br.


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