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Mayo Clinic contribui com avanço diagnóstico e terapêutico para uma doença neurodegenerativa rara

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Mayo Clinic

JACKSONVILLE, Flórida -- Pesquisadores da Mayo Clinic, junto com colaboradores nacionais e internacionais, desenvolveram um teste em potencial para a doença de Machado-Joseph, ou ataxia espinocerebelar tipo 3 (SCA3), uma doença que não tem cura. Eles também esclareceram o papel desempenhado por um alvo gênico associado à doença.

A doença hereditária está associada a uma mutação no gene ATXN3. Essa mutação, que afeta o sistema nervoso central, aparece entre os 40 e 70 anos de idade, sendo caracterizada por um caminhar instável, perda de controle muscular e declínio dos nervos motores e sensoriais. Os sintomas podem assemelhar-se aos da doença de Parkinson ou esclerose múltipla. Os pesquisadores apresentaram seus achados na Science Translational Medicine.

Em um estudo retrospectivo, os pesquisadores tentaram encontrar um alvo molecular para ajudar a avaliar tratamentos em potencial para a SCA3 e o grupo de doenças neurodegenerativas ao qual ela pertence. Os pesquisadores basearam-se em trabalhos anteriores da Mayo Clinic com a doença de Lou Gehrig, também conhecida como esclerose lateral amiotrófica, bem como demência frontotemporal com mutações no gene C9orf72.

A SCA3 é definida pelo acúmulo característico de uma proteína mutante, a ataxina-3 poliQ. Os pesquisadores acreditam que essa proteína se aglomera dentro da célula e causa toxicidade quando interfere nas ações celulares de diversas formas. Embora não haja tratamento para a SCA3, o objetivo é reduzir o acúmulo de proteínas.

"Conseguimos desenvolver um imunoensaio, ou exame, capaz de quantificar a quantidade de proteínas mutantes em fluidos corporais humanos, como o fluido cerebrospinal e o sangue de pacientes com SCA3", disse Mercedes Prudencio, Ph.D., primeira autora do estudo. "Podemos usar o exame para determinar a eficácia de novas terapias direcionadas à redução da quantidade de proteínas mutantes." A Dra. Prudencio é professora-assistente de neurociência da Faculdade de Medicina e Ciência da Mayo Clinic.

"Os pacientes têm uma necessidade não suprida de biomarcadores de SCA3 que sejam capazes de nos dizer se as terapias que têm proteínas ATXN3 poliQ como alvo estão funcionando", disse Leonard Petrucelli, Ph.D., um dos principais autores do artigo. "Se as terapias puderem ser mais direcionadas à redução das proteínas mutantes, em vez das proteínas normais, isso teria grandes implicações nesta área." O Dr. Petrucelli é o Professor Ralph B. e Ruth K. Abrams de Neurociência.

Os pesquisadores também esclareceram que uma alteração genética, chamada de polimorfismo de nucleotídeo único, antigamente identificada e associada à SCA3, estava associada ao gene ATXN3 mutante entre as amostras do estudo.

"Embora os níveis de proteínas mutantes possam servir como um marcador para avaliar se certas terapias para SCA3 estão funcionando, a alteração genética fortemente associada a essas proteínas mutantes traz uma nova oportunidade de desenvolver terapias direcionadas especificamente a elas", explicou a Dra. Prudencio. Os resultados do estudo abrem caminho para ensaios clínicos acelerados envolvendo terapias para SCA3.

No passado, a SCA3 era mais comum em pessoas de Açores e Portugal. No entanto, casos da doença foram detectados em pessoas em toda a Europa, Ásia e Américas. A coorte do estudo incluiu amostras de pacientes do mundo todo, inclusive Japão, México, Países Baixos, Noruega, Portugal, Suécia e EUA. Os achados foram confirmados por meio de uma coleta de amostras de SCA3 de países europeus no decorrer de vários anos pelo Ataxia Centre, afiliado à University College London.

"Foi um esforço verdadeiramente internacional da ciência em equipes", disse o Dr. Zbigniew Wszolek, outro dos principais autores do artigo. "A SCA3 é uma doença rara e complexa, e a colaboração neste trabalho ajuda bastante no sentido de podermos ajudar pacientes e suas famílias que estão sofrendo." O Dr. Wszolek é professor de neurologia da Faculdade de Medicina e Ciência da Mayo Clinic, bem como Professor Haworth Family de Doenças Neurodegenerativas.

Os pesquisadores da Mayo Clinic pretendem acompanhar os pacientes com SCA3 por meio do Programa de Ataxia da Mayo Clinic, como o próximo passo para avançar os estudos relativos a essa doença neurodegenerativa.

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Essa pesquisa foi financiada pelos Institutos Nacionais de Saúde; Instituto Nacional de Doenças Neurológicas e Derrame; Mayo Clinic; e a família Donald G. e Jodi P. Heeringa. O Instituto de Neurologia de Queens Square da University College London também colaborou para a pesquisa, com a Professora e Doutora Paola Giunti, uma das autoras correspondentes do artigo. Confira o artigo publicado para ver a lista completa de autores, fontes de financiamento e interesses conflitantes.

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